sexta-feira, 4 de março de 2011

Reunião de 05/11/2010

Foto: M. Jesus
(Aconteceram outros encontros e realizaram-se vários trabalhos depois da última publicação. Vamos tentar vencer dificuldades de ordem técnica, para deixar aqui alguns exemplos desses trabalhos.)
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CERTO DESTINO
Num dia outonal, junto a um riacho, não muito longe do aglomerado populacional da Ribeira, residia uma linda palmeira.
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Tinha uma existência longa, as suas folhas prolongavam-se até ao infinito, avistando um mar não muito longínquo, que de vez em quando lhe sussurrava uma brisa fresca e ondulante, até que um dia...
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Esse dia surge sobre uma névoa ténue, que lhe marca definitivamente a existência. Um lenhador de feições marcantes, de ar carrancudo, cobiça-lhe as vestes, por puro devaneio. Antes do pôr-do-sol, fere-lhe fortes golpes de machado. Golpeia-a sem cessar, até ao interior das entranhas.
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No decorrer da noite e no aconchego do seu abrigo, durante o repouso do seu físico, é-lhe cometido uma série de pesadelos, compostos por fixações de imagens soltas, mas cruéis, perturbadoras da mente e do coração, resultado dos seus actos recentes e irreflectidos.
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Não se contendo mais, e já consciente de si, chora pesadamente ao visualizá-la e, simultaneamente pensa, quanto triste e sofredora teria ficado a pobre palmeira.
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. Leopoldina Santos

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