sexta-feira, 15 de outubro de 2010

. Foto: M. Jesus
VULTOS FEMININOS NA PRIMEIRA REPUBLICA
ANO DE 1910
Luta renhida. Trabalho árduo.
É assim que sinto este tema. As mulheres que se distinguiram nesta época, são o resultado do trabalho de muitos tempos anteriores.
De uma filosofia que interessava à classe dominante (o homem) e que as mulheres se acomodavam, mas a mulher por seu instinto maternal é lutadora.
As mulheres , que na primeira república se impuseram, a uma sociedade masculinizada, tiveram que ultrapassar muitos tabús, muitas sátiras, muitas criticas, e fizeram permanentemente vingar os seus talentos, e direitos perante o homem. Aquele que domina, que governa, que tem o poder na mão.
Falar das mulheres da Primeira República, é algo de nobre, de delicado, de responsabilidade, correndo o risco de não descrever na íntegra, o trabalho árduo, as lutas diárias de cada uma delas, em defesa dos seus direitos , e dos seus ideais de liberdade e independência.
Questionar o papel da mulher: na sociedade, no governo, na família, no ensino; afirmando-se e fazendo-se ouvir, fazendo eco a sua VOZ.
No fim do século XIX o conceito feminino vinha ainda sendo ligado ao casamento e à família.
_ O analfabetismo era de 80% para as mulheres.
_O ensino Universitário era-lhe vedado
_Trabalho fora de casa era tabu - só no campo.
_As professoras eram as únicas que podiam usar os seus talentos.
_Nos campos, os salários eram metade dos homens.
_Não tinham direito de voto.
_Não podiam sair do país sem ordem do marido. As mulheres da Primeira Republica foram vultos de grande coragem, e fortemente lutadoras , e defensoras dos seus ideais.
Perante obstáculos culturais, religiosos, sociais tão fortes, só uma grande união, as pode fazer fluir e afirmar-se.
Assim :
.
Carolina Beatriz Ângelo Médica Ginecologista, viúva foi a primeira profissional a operar no Hospital de S. José. Cereziu com a sua amiga e colega Adelaide Cabeta a Bandeira Nacional que, em 5 de Outubro de 1910, foi hasteada em Lisboa Primeira mulher a votar. (Grande luta ) Morreu com 34 anos de síncope cardíaca É digna de discrição, a luta que esta mulher teve que travar, para poder votar. Após a primeira lei eleitoral da República, Carolóna Beatriz Ângelo, pôs a hipótese da mulher poder votar. Teve que provar que a lei estava omissa, desafiando de certo modo , os seus companheiros homens, ao considerar-se com direito de voto, por saber ler e escrever, e ser chefe de familía, pois era viúva. Vários episódios se sucederam, e em menos de um mês, obteve via judicial o direito a recencear-se e a tornar-se eleitora . Numa decisão histórica, o primeiro Juiz de Lisboa, profere a sentença favorável à médica mulher, mandando-a incluir nos cadernos eleitorais. Mais tarde ,a lei foi alterada, dizendo que só o cidadão homem podia votar. .
.
Ana Castro Osório Escritora (ficção ) Uma das fundadoras da Literatura Infantil. Feminista, lider do grupo Português de Estudos Feministas. Denuncia o pavor que algumas mulheres do seu tempo têm do termo FEMINISMO. .
.
Alice Pestana (Caiel ) Pedagoga. Jornalista. Escritora. Usou o pseudónimo de Caiel como estratégia de legitimação. Foi grande defensora da educação feminina. Em 1899 fundou a Liga Portuguesa da Paz, com homens como Magalhães Lemos e Teófilo Braga. Casou com um Espanhol, continuando a sua missão em Espanha.
.
Carolina Michaelis de Vasconcellos. Primeira mulher a tomar lugar na Academia das Ciências de Lisboa. Professora Universitária de Filosofia e Germânicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Considerada a mulher mais erudita do seu tempo. .
.
Domítilia de Carvalho Primeira mulher a frequentar a Universidade de Coimbra. A sua inscrição teve de ser autorizada ministerialmente. Frequentou os cursos de Matemática de Filosofia e Medicina. Foi Reitora do primeiro Liceu feminino em Portugal. Além de todos os seus conhecimentos, esta mulher era católica monárquica. Era amiga da Rainha D. Amélia.
.
Maria Antónia Pusich. Escritora. Primeiro jornal fundado por uma mulher -“ Assembleia Literaria.” Teve a coragem de dar o seu nome em publico. Investigações feitas relativas ao século XIX, revelam que muitas mulheres colaboraram em jornais literários, noticiosos ou políticos, usando por vezes nomes masculinos, para fugir à censura social. .
.
Guiomar Torrezão. Professora .Escritora e tradutora. Trabalhou no Diário de Noticias. Vivendo numa sociedade conservadora, sofreu como outras mulheres, calúnias, críticas, insultos e invejas. Deixou várias obras como: romances ,contos, peças de teatro. Representadas nos teatros portugueses.
.
Regina Quintanilha de Vasconcellos. Primeira advogada Portuguêsa. Em 1910 com 17 anos de idade foi a primeira mulher a frequentar o curso de Direito, até então proibido às mulheres. Frequentou em simultâneo o curso de Letras. Foi colega de Manuel de Arriaga, primeiro Presidente da Republica.
.
Nesta época com uma filosofia de abertura feminista, muitos outros vultos femininos se foram realçando: na escrita ,na poesia , no teatro , no ensino ,na politíca e no desporto.
Florbela Espanca , Virgínia Vitorino,Maria Amália Vaz de Carvalho, Maria O`Neill, Fernanda de Castro, Maria Feio, Plácida Osório, Teresa Leitão de Barros,, Ângela Plantur, entre muitas outras. Como acabei de mensionar, a mulher tem sido uma grande lutadora dos seus direitos ao longo dos tempos. Desde sempre a discriminação de um sexo pelo outro tem sido uma constante Os ideais republicanos de liberdade, fizeram explodir a força abafada de algumas mulheres portuguesas. Elas eram as subalternas na família e na sociedade. O ensino era-lhes vedado. 80% das mulheres eram analfabetas. Só mais tarde e com muita luta ,a mulher chegou à faculdade e se licenciou. No campo, a mulher trabalhava de sol a sol, com menos salário que o homem e no fim do dia, depois do trabalho no campo, ainda tinha , os animais para tratar, a casa , os filhos , e o marido para cuidar. .
As mulher de hoje, como na primeira República, têm de continuar a lutar pelos seus direitos, impondo-se com firmesa e dignidade. Ela, é a força visível, e invisível da família da sociedade, das empresas e do Universo. .
Grandes mulheres, estão com grandes homens. Descobre a força oculta que está dentro de tí. CONTINUA MULHER
.
Lisboa,17 de Setembro de 17-9-2010 Maria Amália de Sousa Sabino Pais
.
Bibliografia Livro: Face a Face -Galeria de Exposição Temporaria do Mosteiro de Alcobaça Exposição: Primeira Republica (Cordoaria Nacional) Palestra: Maria Barroso e a 1ª Republica

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

APRENDER A OUVIR

Foto: M. Jesus

................................ Páro para ouvir…

.

… os pássaros

com seus chilreios

tão atarefados

levando no bico

um galho

uma ervinha

p’ra construção

da sua casinha.

.

… as águas de Inverno

descendo a montanha

caindo nas fontes

nos lagos

nos rios

Beleza tamanha!

.

… chocalhos

reluzentes

seguindo, pendentes

de ovelhas

pastando

e o cão de guarda

que agora se ajeita

de olhar atento

no perigo

que espreita.

.

… o vento

soprando

por entre a folhagem

passando mansinho

deixando no ar

a sua mensagem

.

… na Primavera

as andorinhas

sob os beirais

cantarolando

aos seus filhinhos

dando exemplo

de atentos pais.

.

… a criança que chora

sem ter alimento

de roupa rasgada

em plena calçada

triste, revoltada.

Tanto sofrimento!

.

… o trabalhador

semeando o grão

escravo da terra

que lhe nega o pão

faz soar seu grito.

Mas tudo é em vão…

.

…o pobre mendigo

estendendo a mão

àqueles que passam

correndo apressados

sem sequer olharem

quem, à sua volta

espera uns trocados.

.

… aqueles

que lutam

por um ideal

e, desiludidos,

sem um rumo

definido,

em busca

de um novo abrigo,

deixam Portugal.

................................................................Maria do Carmo Afonso

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A PROPÓSITO DE CIDADANIA

. Fotografia - Maria de Jesus
.....Quando…
.
Olhando à nossa volta
Sentirmos que há um mundo
A preservar
Legado que deixaremos
Aos vindouros
P´ra os fazer acreditar…
.
Contemplando a Natureza
Virmos as águas
Dos rios, dos mares
Límpidas, transparentes
Onde apeteça mergulhar
E os peixes vivam felizes,
Contentes…
.
As florestas não arderem mais
Porque os homens
Deixaram de ser cruéis,
Negligentes
Conservando as espécies
Aí existentes…
.
Os lixos que produzimos
Forem bem reciclados
Após feita a selecção
Distinguindo materiais
Não provocar confusão
Saber que aqui é o vidro
E acolá fica o cartão…
.
A água que gastamos
Em casa,
No dia a dia,
Ou na rega do jardim
Em dias de calmaria
For controlada a preceito
Com moderação, com jeito…
.
Aos velhinhos,
Incapacitados
For dada prioridade
Nos transportes
Repartições
Hospitais
Supermercados…
.
Alguém nos abordar
Em busca de informação
Respondermos com sorriso
Mostrando disponibilidade
P´ra responder à questão…
.
Tivermos a percepção
Do que é certo
E o que deve ou
Pode ser evitado…
.
Formos mais
Condescendentes
Com quem passa
Ao nosso lado…
.
_ Tudo isto acontecer
Com naturalidade
Humildade Simpatia…
.
_ Deixarmos de lado
A vaidade
Altivez
Egoísmo
Ironia…
.
Viveremos
.....Cidadania!
.
Maria do Carmo Afonso

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Estimadas companheiras de jornada, não possuindo o dom da ubiquidade não posso estar presente neste dia 16 de Julho na nossa reunião, mas envio uma linhas de reflexão que utilizareis como entenderem melhor ... o crepúsculo é o vivificar do ser, como é bom o dia findar esperando a noite com o trilho mítico dum novo amanhecer!
Tudo dorme e nos apazigua, uma ténue escuridão avança de mansinho para os cantos da sala sem se aproximar de nós. Como se sente o bem estar do guerreiro, que tem à sua volta o dever cumprido !!! Respira golfadas de ar que envolvem seus pulmões dum bálsamo estranho e purificador. É por este sentimento de vida que todos ambicionamos, num dia sem horas, onde o tempo se espreguiça e nos obriga a pensar o que será - "no momento actual a cidadania" .

segunda-feira, 28 de junho de 2010

CONTINUAMOS...

.
Vivemos : ouvimos , vemos , aprendemos ...
Assim engrossamos um manancial de conhecimentos
na pessoa que somos,
tal como os elos encadeados, dão firmeza à corrente que compõem.
.................................................. .
.
Houve um novo encontro de trabalho no dia 18 de Junho. Durou cerca de duas horas e meia . O tempo voou . Empolgámo -nos na leitura dos textos, alusivos ao tema "aprender a ouvir" , nos comentários surgidos a propósito e não só. Para o próximo dia de reunião, a escrita incidirá sobre "O momento atual e a cidadania ".
.
Também no dia 25 de Junho, fizemos o nosso almoço . Nem todos puderam estar presentes mas para os que foram, vivemos uma tarde muito boa, com muita conversa. Aproximámo-nos um pouco mais.
.
Vou deixar aqui um extracto do meu texto sobre " Aprender a ouvir " .
.
Reflexão
Viver é aprender.
. É olhar e ouvir , com sentido de saber ...
. É dar mais um passo em cada dia .
. É atentar no choro e na melodia.
. É recolha da dádiva e do prazer,
. Na harmonia plena , de se ser...
. É achar o sofrimento em cada rosto.
. É trazer algum conforto a um desgosto...
. Ouvir e ver é permanente aprendizagem.
. É um constante esforço para ser gente.
. É um acrescentar à estrutura construida,
. Na partilha , procurada e consentida ...
.
Foto e texto - Maria de Jesus

sexta-feira, 11 de junho de 2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

2º ENCONTRO

Como janela rasgada numa parede, pela escrita, expomos aos outros as nossas transparências e recolhemos uma melhor iluminação, nos recantos de nós, menos conhecidos ou confusos.
--------------
Realizámos hoje o nosso segundo encontro. Partilhámos os nossos escritos através de leitura e comentário. Fomos surpreendidos pela variedade e riqueza de criatividade. Vamos com trabalho programado e reencontrar-nos-emos no próximo dia 18 de Junho. Até lá!
Fotografia: Jesus

sexta-feira, 7 de maio de 2010

ABERTURA

Lançámo-nos na aventura da escrita… Vamos em grupo, estimular a criatividade, num caminho feito prazer, ao encontro dum resultado, ainda desconhecido, mas esperamos, nos enriquecerá.