quarta-feira, 27 de abril de 2011

Viajando

Sentara-se em frente de Tatiana no metro ... Sem dar conta puxou a ponta do seu cachecol de modo a tapar-lhe o nariz. O cheiro era pestilento. Olhou-o fixamente. De tez escura não conseguiu entender se era preto, mulato, africano, muçulmano, asiático. Ele de olhar penetrante, olhava todos à sua volta. Sorridente. mostrando uma fileira de dentes apodrecidos. "Devia fumar muito"! - pensou Tatiana ...
Rosa Florêncio
A viagem prosseguia. A descoberta do mundo à volta do indivíduo também. Ainda faltavam algumas paragens para sair no destino que pretendia. Naquele dia o percurso decorria silêncioso, interrompido apenas pelas paragens seguintes com a entrada e saída dos passageiros. Eis que quando menos se esperava, numa das paragens entrou o revisor, pronto para verificar a legalidade das viagens dos utentes. O dito indivíduo de raça enigmática demonstrou algum nervosismo. Aproximava-se em poucos segundos a paragem seguinte; o revisor também se aproximava. A porta abriu-se e o incógnito passageiro que parecia não possuir o título de embarque válido, levantou-se e escapuliu-se num ápice, porta fora. A próxima batalha, certamente, seria ultrapassar as cancelas do metro - imaginou Tatiana ...
Celso Gonçalves

Sem comentários:

Enviar um comentário